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IMPORTANTE: Este blogue não tem a pretensão de ser um site científico e nem de ser uma fonte para estudos. Apenas lançamos as questões e estimulamos o debate e a análise, servindo apenas para ponto de partida para estudos mais detalhados. Para quem quiser se aprofundar mais, recomendamos a literatura detalhada das obras de Allan Kardec - principalmente "O que é o Espiritismo" e visitar fóruns especializados, que não façam parte da Federação "Espírita" Brasileira.

Os textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores e correspondem ao ponto de vista pessoal de seus responsáveis, sejam ou não resultado de estudos.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Com livros fascistas, Robson Pinheiro assume a postura que a FEB ainda omite

O "Espiritismo" brasileiro é uma religião de elite. A maioria dos seus seguidores pertence as classes mais abastadas. Por isso não é estranho saber que o "Espiritismo" se limita a caridade estereotipada, paliativa, aquela que consola sem resolver problemas ou injustiças. É uma caridade de direita, onde ricos e pobres são mantidos nas condições em que se encontram.

A FEB sempre esteve do lado da situação. É tradição da federação que finge ser espírita, mas que segue o Catolicismo medieval de Jean Baptiste Routaing (pouco falado, mas muito seguido), estar do lado do poder para obter benefícios e prestígio. 

Mas ideologicamente, a FEB, orientadora do "Espiritismo" brasileiro (mesmo para quem rompeu com a instituição), é claramente direitista. Não se vê no "Espiritismo" cristão (nome que os seguidores gostam de dar ao "Espiritismo" igrejeiro praticado no Brasil) atitudes similares a Teologia da Libertação, uma caridade politizada compromissada com a eliminação de problemas. Os "espíritas" brasileiros parecem estar interessados em preservar os problemas, apenas criando condições de bom convívio com eles.

Ainda não apareceu uma liderança "espírita" empenhada em falar em nome da seita sobre o que acha do governo golpista e mentiroso que age como ditadura e se prepara para eliminar importantes direitos essenciais para favorecer o capital especulativo. 

Mas um "espírita", não ligado a FEB, mas totalmente afinado com a metodologia da instituição, Robson Pinheiro, resolveu falar em nome dos "espíritas". "Yes, nós somos elite. Yes, nós somos coxinhas", afirma em atitude, sem citar exatamente esta frase. E nem precisa. Os livros "O Partido" e  "A Quadrilha" já dizem a que vieram: de modo fascista, atacar a altruísta esquerda e glorificar a gananciosa direita. Para Robson Pinheiro, Leon Denis era "petralha" e foi pago pelo PT. Muito antes do PT surgir e de Lula nascer.

Robson Pinheiro contradiz a Doutrina Espírita

Nem é preciso ler os livros de Pinheiro para conhecer o conteúdo. É exatamente o mesmo das mensagens odiosas difundidas nas redes sociais por internautas pagos por grandes empresas para escrever asneiras sem sentido para  desmoralizar a esquerda. A diferença é que Pinheiro põe na conta da "espiritualidade superior", na tentativa desesperada de supor que o "mundo espiritual" aprova o ganancioso Capitalismo. Ou seja, para Pinheiro, "fora da ganância não há salvação".

É ridícula a tese de que a espiritualidade superior aprovou o golpe. Robson Pinheiro demonstra não somente desconhecimento total dos bastidores da política (narrada por ele de forma infantil) como do fato que espíritos superiores enxergam as mentes das pessoas. Os espíritos sérios sabem que houve um golpe e que forças capitalistas gananciosas usaram a desculpa de "combate a corrupção" para obter apoio popular ao seu projeto ganancioso de retorno ao poder.

A política é algo complexo e sabe-se muito bem que políticos não mandam na política. O poder econômico, representado por banqueiros, especuladores e os maiores empresários e executivos mundiais é que ditam as regras da política. O cotidiano não acontece sem a decisão do poder econômico. 

Pinheiro não sabe disso ou se sabe, finge não saber. Se ele acha que Lula e os petistas erraram, uma atitude realmente espírita seria a de ouvir o ex-presidente e integrantes de seu partido e tentar entender o outro lado da questão. Mas preferiu a atitude fascista de acusar Lula e os petistas de mafiosos, sem provas mas com convicção (Pinheiro é espírita, ou evangélico como Dallagnol?) e partir para o ataque com estes livros que contradizem frontalmente a altruísta doutrina espírita.

Dentro do Capitalismo não há salvação

Especialistas comprovam que somente as doutrinas consideradas "de esquerda", humilhadas por Robson Pinheiro em seus livros, têm as condições de praticar a verdadeira caridade mencionada nas obras de Allan Kardec. O Capitalismo é essencialmente arrivista, ganancioso e corrupto e o egoísmo é uma "qualidade" essencial para que um capitalista possa atingir seus objetivos com plenitude. 

O Capitalismo (cujo nome significa "culto ao dinheiro"), benéfico apenas nos primórdios das revoluções francesa e industrial, já apresenta seus mortais efeitos colaterais e causa uma crise sem precedentes em todo o mundo. está mais do que na hora do Capitalismo sumir e dar lugar a ideologias mais comprometidas com o bem estar social coletivo. Ah, falo em bem estar, não em consumismo, a especialidade dos capitalistas, frequentemente confundido como tal.

Peço para os espíritas sérios e até para os não sérios ("espíritas" de Chico Xavier), mas que têm boa índole, para que ignorem os livros "políticos" de Robson Pinheiro. São obras de ficção ditadas por espíritos doentes, de linha nazi-fascista e que, seguindo a lei de atração, utilizam o ódio do médium para que seus pontos de vistas particulares sejam impostos à sociedade.

Tenho a certeza de que espíritos superiores estão do lado do bem. E estar do lado do bem é querer o bem de todos, finalidade que nunca fez parte do Capitalismo defendido de forma fascista pelo médium coxinha Robson Pinheiro. A ganância sempre foi o oposto da caridade. Não dá para ser homem de bem querendo que apenas meia duzia de ricos tenham direito a dignidade.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A tristeza de Allan Kardec diante do fracasso de sua doutrina

Muito bajulado, mas nada seguido, Allan Kardec comemoraria a data de hoje em profunda tristeza, pois vê a sua doutrina ser hoje tradicional e frequentemente confundida com uma seita igrejista que nada faz para evoluir a humanidade, se limitando a associar ideias de reencarnação ao mais retrógrado moralismo igrejeiro, soterrando de vez todo o ideal progressista descoberto pelo mestre de Lyon.

Apesar de citado com frequência e de seus bajuladores e deturpadores se auto-rotularem de "kardecistas", Allan Kardec é ainda um grande desconhecido de todos. Sua doutrina não conseguiu sr assimilada além de uma minoria de estudiosos a contestar toda a deturpação praticada pela FEB e por ídolos que falaram e falam em nome dela, como Bezerra de Menezes, Chico Xavier, Divaldo Franco e seus similares.

Infelizmente, o que deveria ser o Espiritismo, uma ciência a estudar a não-matéria, foi reduzida a uma religião cristã igualzinho a tantas, focada na caridade paliativa e no moralismo conservador. Se traveste de "progressista" pegando carona no prestígio do codificador, mas na prática é tão incompetente e retrógrada quanto qualquer seita neo-pentecostal.

Em mais de 130 anos, aquilo que os brasileiros conhecem como "Espiritismo" não trouxe nada de positivo. Serviu mais como um cabide de lideranças a difundir verdadeiras asneiras em palestras de centros, tendo como base a fé cega e não a racionalidade recomendada por Kardec.

Elegeu como seu "maior mestre" um intruso de outra seita, o católico Chico Xavier, que por não entender bulhufas sobre o que é Espiritismo, se sentiu livre para colocar na doutrina um festival de estranhos enxertos oriundos de sua verdadeira fé, a católica, que ele nunca largou.

Resta lamentar que o Espiritismo verdadeiro desaparece aos poucos. O falso, consagrado por Chico Xavier, ainda segue enganando muita gente, embora seus dogmas alucinados fiquem restritos ao meio. Incapaz de ajudar a evolução de seus seguidores, a forma deturpada pela FEB com ajuda do medium mineiro sobrevive como uma mera igreja a entreter almas ingênuas e carentes, ansiosas por alguém que resolva por elas os problemas que recusam a resolver.

Allan Kardec, esquecido em seu país natal, se torna aos poucos esquecido no país que o "acolheu". A sua ciência é complicada demais para ser aceita pelos que o sábio Herculano chamava de "papalvos", gente ingênua que prefere acreditar do que analisar e que por isso segue feliz, enganada por lideranças incompetentes a alimentar ilusões.