OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

IMPORTANTE: Este blogue não tem a pretensão de ser um site científico e nem de ser uma fonte para estudos. Apenas lançamos as questões e estimulamos o debate e a análise, servindo apenas para ponto de partida para estudos mais detalhados. Para quem quiser se aprofundar mais, recomendamos a literatura detalhada das obras de Allan Kardec - principalmente "O que é o Espiritismo" e visitar fóruns especializados, que não façam parte da Federação "Espírita" Brasileira.

Os textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores e correspondem ao ponto de vista pessoal de seus responsáveis, sejam ou não resultado de estudos.

domingo, 30 de novembro de 2014

Provas de que as "aparições" de Bezerra são uma farsa

Bezerra de Menezes (a.k.a. Bezerra de Ouro), ex-presidente da FEB e político brasileiro, é um dos maiores mitos do pseudo-espiritismo brasileiro. Tido como "de evolução máxima", na verdade teve vários fatores que fazem que essa mitologia em torno dele seja de fato uma farsa.

Para começar, Menezes, tido como "herói", nas discussões do início da implantação do Espiritismo brasileiro, na verdade era o vilão, quando entrou em atrito com Angeli Torterolli, este defendendo a fidelidade aos pontos originais da doutrina (que deveria ser louvado como herói de  fato do Espiritismo). 

Bezerra preferiu a deturpação e a assimulação das ideias de um farsante, Jean Baptiste Roustaing, este interessado em misturar Catolicismo com reencarnação. Menezes chagou a classificar Kardec como "antiquado" e Roustaing como "avançado", na época. Uma mensagem falsamente atribuída a Menezes, décadas depois, tentava consertar o estrago, que já estava feito e solidificado.

Informações seguras, ditas por descendentes de quem conviveu com o superestimado primeiro astro da FEB, Menezes não era uma boa pessoa. Fazia caridade em troca de votos e tinha um temperamento difícil, tendo um comportamento "pavio curto". 

Mas, ao morrer, a FEB achou por bem canonizá-lo - sim, o pseudo-espiritismo brasileiro, totalmente catolizado, canoniza! - e criou uma biografia falsa para que Menezes fosse tratado como "alma pura". Até a participação insignificante na abolição da escravatura - ele era só um pouquinho mais do que simpatizante pela causa, que tinha muito mais motivos tecnológicos do que humanitários - foi superestimada, para que Menezes fosse visto como "grande humanista".

E esse mito falso do bom velhinho foi se consagrando. Com a morte dele, ninguém mais o conheceu, o que facilitou muito para que a FEB conseguisse consagrar o mito. Afinal quem hoje tem condições de identificar alguém, falecido em 1900, que nunca teve registro de fala ou imagem em movimento, de atitude cotidiana totalmente desconhecida? Legal para a FEB criar dois Bezerras: o real, que ninguém conhece e o imaginário, que todos veneram.

Fatores que levam a crer que aparições são uma farsa

Apesar de muitos espíritas começarem a questionar os mitos da FEB, eles preferem fazer com cuidado. Não se sabe se é por medo, mas há um excessivo respeito pelos mitos da FEB e os questionadores preferem analisá-los como quem tenta extrair mel de uma colmeia lotada.

Mesmo assim, há quem não tenha medo e questione. O medo estraga tudo e o excesso de respeito poderá favorecer a impunidade a farsantes que se aproveitam da fé alheia para se promoverem e lucrarem com isso.

Médiuns tem feito verdadeiros espetáculos de "aparições" atribuídas a Bezerra de Menezes. Nelas, o "bom velhinho" parece com uma rouca voz quase inaudível, andando com dificuldade e curvilíneo, algo que é incompatível com alguém de "evolução máxima", já desprendido totalmente da matéria.

Ah, mas justificam eles que "Bezerra" tem que vir assim para ser identificável. Como, se 99% das pessoa nasceram após a morte dele e não se tem registros de como ele se movia e falava?

Se não bastasse isso, se houvesse justiça divina, alguém que morreu em 1900, com a personalidade falha como a que tinha de fato Menezes, já teria se reencarnado há muito tempo, o que incapacitaria as aparições atribuídas a Bezerra. Ou ele era tão poderoso - e privilegiado - assim que poderia se transportar mesmo encarnado?

Das duas uma: ou os médiuns estão sendo enganados por espíritos que fingem ser o Bezerra ou os médiuns são os próprios enganadores, usando esse showzinho para atrair fiéis para aquilo que se transformou e se consagrou como uma "igreja espírita".

Outro fator é que não há espíritos de "evolução máxima" no Planeta Terra, ainda de provas e expiação (regeneração, né, FEB? Por tua causa, adiamos a mudança de estágio. Agora, fica para a próxima, he, he!). Se nem Jesus tinha "evolução máxima" (Kardec fala em "mais evoluído que esteve na terra e não "de evolução máxima"), que dirá o "pavio curto" Bezerra. Com muita certeza, sem hesitação, confirmo que ele deve estar reencarnado, para aprender a não enganar os outros.

Aprendamos a usar a lógica para não nos enganar. Senão  continuaremos nessa escravidão enrustida chamada "religiosidade" que nos faz acreditar em tudo e  em todos. Principalmente naqueles que se aproveitam de nossa credulidade para se beneficiar disso.

sábado, 22 de novembro de 2014

O excessivo cuidado em provar que espiritólicos estejam errados

O medo é uma coisa que estraga tudo. Ele impede muitas atitudes que deveriam ser feitas, acreditando sofrer punições severas e/ou romper códigos de ética. Curiosamente as pessoas mais medrosas costumam ser as mais conservadoras, preferindo deixar as coisas como estão, presos em uma Zona de Conforto.

Religiões e lideranças tiranas sempre lançaram mão do medo como forma de domínio. Qualquer líder sabe que medrosos são os melhores escravos, pois farão tudo para evitar danos maiores. E possivelmente o medo pode estar fazendo a cabeça de espíritas. Sim, espíritas, sem aspas, não me referindo aos Pseudo-espíritas, seguidores de Bezerra-Chico-Divaldo. Estes, já são tradicionalmente medrosos.

Os críticos da FEB, dispostos a retomar as bases do Espiritismo original de Kardec, não aceitam qualquer crítica feita aos procedimentos cometidos pelos ídolos criados pela FEB. Mesmo sabendo que a FEB e seus mitos erram, preferem manter um estranho respeito quase divinal pelos "mestres" do Pseudo-espiritismo. Um respeito estranhamente exagerado.

Não se vê uma cobrança de rigor na hora de provar algo como se vê nas fraudes cometidas pelos Pseudo-espíritas. Mesmo claramente fraudulentos, com detalhes a olhos vistos que provam sem muito raciocínio serem realmente fraudes, muita gente ainda prefere exigir mais provas, e cada vez mais detalhadas e rigorosas. 

Agem igualmente aos juízes quando julgam alguém que esteja em posição de prestígio: mesmo com o crime claramente praticado, com autoria inquestionável confirmada pelos fatos, a justiça prefere investigar o que não precisaria ser investigado, por estar explicitamente comprovado pelos fatos e circunstâncias, para que a condenação possa ser feita, creio eu, através de um documento comprobatório. Os espíritas fazem o mesmo, exigindo provas "mais científicas", mesmo diante da obviedade das fraudes.

E para piorar, eles não se referem apenas a pessoas simplesmente prestigiadas ou de cargos de liderança. Se referem a personalidades que são consideradas como divindades, o que agrava ainda mais a exigência de provas na acusação. Mesmo negando a classificação de "divindades", os espíritas sérios, ao pedirem respeito e um pouco de "dúvida" para fraudes evidentes, acabam dando o tratamento divinal aos fraudadores, como se eles fossem incapazes de cometer as fraudes claramente vistas.

E é aí que está o medo. Mesmo criticando as deturpações cometidas, preferem os espíritas estabelecer uma dúvida quando as denuncias começam a ficar mais sérias, como se fosse um desrespeito ao prestígio dos nomes do Pseudo-espiritismo, que para muitos, são representantes diretos de Deus, amigos íntimos da suposta divindade maior que criou o universo.

Precisamos perder o medo e criticarmos de forma coerente, mesmo que não seja cientificamente. Deixemos as provas mais científicas quando as discussões estiverem mais avançadas. É importante que possamos lançar pontos de partida para discussões que possam ser aprofundadas com o tempo. 

Pois se esperarmos já no começo, uma profundidade maior, estaremos dando tempo para que os fraudadores enganem cada vez mais, aumentando o seu prestígio e por consequência, a sua impunidade, mantendo o Espiritismo nessa farsa de mais de 100 anos, travando a evolução espiritual da coletividade.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A FEB poderia forjar a "reencarnação" de Emmanuel

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Para que o dinheiro ganho com as obras escritas em nome de Emmanuel não fossem para outras fontes senão os cofres da FEB, criou-se uma tese de que o citado espírito, equivocadamente considerado de "evolução máxima" iria reencarnar no começo dos anos 2000, em São Paulo. Segundo essa tese, "Emmanuel" estaria entrando na adolescência agora.

A tese acrescentaria que o tal espírito voltaria como missionário no setor de Educação, com o "propósito de educar a humanidade brasileira a liderar o mundo", já que para os ingênuos seguidores do ingênuo Chico Xavier, o Brasil será potência mundial. As autoridades da China deve estar caindo na gargalhada.

Mesmo que a igreja "espírita" tenha uma multidão de ingênuos como seguidores, verdadeiros beatos com alto nível de credulidade, creio que a FEB tenha condições de forjar a "reencarnação" de Emmanuel, escolhendo um garoto com características adequadas ao mito do espírito e "educando" através de um complexo método cheio de processos para ser o "Emmanuel" reencarnado. Como é feito pelos budistas ao escolherem os jovens que supostamente são a "reencarnação" de Buda.

Um jovem que pudesse ter QI alto e alguns poderes sobrenaturais teria condições de ser o escolhido. Claro que o tal jovem teria que abrir mão de sua privacidade, além de aguentar toda a reverência fanática, já que na prática, seria visto como um "santo vivo" pelos beatos "espíritas".

O tal jovem teria que fazer palestras e dar a impressão de alta sapiência. Para isso, o processo de "educação" deveria usar técnicas de manipulação mental para fazer com que o próprio jovem acredite ser a reencarnação de Emmanuel, confiando cegamente em seus tutores que colocarão um festival de sugestões para que o tal jovem assimilasse em sua personalidade características inerentes ao mito do espírito do jesuíta.

Assim, a FEB iria lançar mão de um excelente meio de publicidade que, pelo menos para os incaultos, iria provar a "veracidade" daquilo que os brasileiros conhecem como "Espiritismo", tão cheio de fraudes e tão distante das propostas originais do hiper bajulado Allan Kardec.

Se bem que a "apresentação" desse forjado "Emmanuel" seria mais uma de suas fraudes a desmoralizar a FEB, instituição que deceiu errar desde o começo, atraindo toda a negatividade que faz a evolução espiritual dos brasileiros travar.

domingo, 16 de novembro de 2014

A imunidade/impunidade de Chico Xavier

Nossa sociedade, incapaz de resolver as coisas por conta própria, é tão carente de boas lideranças que o primeiro que corresponda a imagem estereotipada de bondade é logo tomado como líder, endeusado e blindado de qualquer tipo de crítica ou condenação. Não é exagero dizer que, se para os muçulmanos, Deus é Alá, para certos crentes é Jeová, para espiritólicos e alguns espíritas, Deus é Chico Xavier.

Nunca houve para qualquer outra divindade um cuidado tão excessivo como o que há para o médium mineiro. Exemplo estereotipado de bondade, Xavier tem privilégios que nenhuma outra divindade possui. Inclusive o de nunca responder por suas faltas. Trocando em miúdos, o que conhecemos em outros meios como impunidade.

Xavier foi o único ser humano (ou divindade, como queiram), a ser completamente isento de qualquer culpa pelos muitos erros que cometeu. E mais: se por um lado, Xavier não pode ser condenado e nem criticado pelos erros reais que cometeu, ele pode (e deve) obter os créditos pelos acertos que NÃO cometeu. Foi isso mesmo que você leu.

Totalmente divinizado graças a uma caridade frouxa e paliativa e às mensagens banais de auto-ajuda tratadas como "lições de vida", o médium mineiro, anos após sua morte ainda continua influente e totalmente divinizado, como exemplo máximo de bondade e de sabedoria (??!!), mesmo com livros cheios de erros. Mas o que importa é a fé, não é? Se uma divindade comete erros, não são erros, são "acertos". Esse é o perigo de divinizar pessoas.

Xavier foi um erro que se consagrou. Deixaram a erva daninha crescer, se alimentar e se reproduzir. O endeusado e hiperestimado Xavier foi de fato um misto de tábua Ouija com aguinha com açúcar, mas graças a carência humana e a confiança cega em líderes religiosos, tidos como "altamente virtuosos" (sic), foi promovido a tudo que se conhece de bom: filantropo, filósofo, profeta, líder e até divindade.

Lendas e mais lendas foram escritas para transformar Xavier em um predestinado. Até mesmo superpoderes surreais lhe foram embutidos para que pudesse ser considerado sobre-humano. Sonhos inócuos, como os que qualquer mortal sonha, são transformados em profecias, quando são atribuídos a Xavier. Xavier tem poderes, superpoderes e tem o exclusivo direito de não assumir os erros que cometeu, normalmente entregues a terceiros. Xavier errou? Outra pessoa que responda pelo erro.

Infelizmente quando seu nome é citado, vem os seus cães de guarda, ferozes a defender o "pobre" médium. Fale apenas bem de Xavier, e em caso contrário, ouvirá o rosnar de seus admiradores, como a defender a própria mãe que os pariu. Chico Xavier é tão privilegiado que não somente ele foi informalmente canonizado, como seu nome, apenas seu nome também o foi. O próprio nome do médium tem que ser pronunciado com cuidado, sob o risco de sacudir um fanático e violento vespeiro.

É muito triste saber isso. Tenho a absoluta certeza que a blindagem dada a "divindade" de Chico Xavier é um dos fatores responsáveis pelo atraso espiritual do Brasil. Ainda mais em uma sociedade acaba de aplaudir a embriaguez de uma atriz (que curiosamente interpretou a mãe do divinal Xavier - Nossa Senhora? - em um filme biográfico do médium-estrela), como se a embriaguez fosse sinal de humildade. 

Ainda estramos bem primitivos. E não serão frases de conselhos óbvios e banais do divinizado médium que ajudarão a humanidade a se melhorar. As frases e livros de Xavier não passam de pura literatura de auto-ajuda criada apenas para entreter e fazer os leitores a fingirem que estão se evoluindo espiritualmente, sem mexer um só pé para sair da Zona de Conforto.

A evolução da humanidade brasileira foi adiada para milênios mais tarde. Infelizmente.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Espíritas de direita: uma contradição

Sabemos aqui, neste blogue, que o Espiritismo praticado no Brasil é altamente deturpado. Mas o que não se sabe é que até entre os combatentes das deturpações praticadas pela FEB e suas dissidências também deturparam a doutrina, de forma totalmente diferente dos devotos da tríade Bezerra-Chico-Divaldo. São os espíritas de direita, que defendem o Capitalismo.

Esses espíritas, apesar de lutarem a favor da compreensão do Espiritismo original, peca por defender, em assuntos políticos, o Capitalismo e os ideais de direita. Para justificar suas escolhas se prendem na - má - interpretação de um capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo, denominado Desigualdade das Riquezas.

Acreditam os espíritas de direita que Kardec estava defendendo o Capitalismo quando escreveu o tal capítulo, dando a entender que a desigualdade era necessária para a evolução dos seres humanos, estimulando os mais pobres a desenvolverem suas aptidões na tentativa de aumentar sua renda.

Mas reparem em um detalhe. Os espíritas capitalistas se igualam aos espiritólicos ao classificar o sofrimento (no caso, a pobreza) em si como alavanca da evolução espiritual. Tanto espíritas de direita quanto espiritólicos se esquecem que não é a dor que faz a evolução e sim a tentativa de sair dessa dor. Ou seja, a desigualdade das riquezas é um problema e sair de seus malefícios é que ajuda na evolução.

Sabemos que todas as invenções surgiram da tentativa de eliminar o sofrimento. Isso não significa que o sofrimento seja bom. pelo contrário, se há a necessidade de sair dele é porque o sofrimento não é uma coisa boa. Portanto, a má distribuição de renda, considerada justa e positiva pelos ideólogos de direita é um malefício, que tende a desaparecer a medida que a sociedade vai evoluindo. É espíritas de direita, lhes anunciou uma novidade: O Capitalismo é coisa de sociedades ATRASADAS. 

Kardec mesmo deu a entender que segue mais ideias de esquerda. Até porque não há  como falar de caridade com má distribuição de renda. Não dá para falar em caridade se o bem estar e a felicidade são guardadas para uma minoria de sortudos. Capitalismo sempre foi o oposto de caridade e se vocês acham que as migalhas que os ricos dão aos pobres e esse assistencialismo tolo que vemos na TV com crianças dançando ou jogando bola, são caridade, sinceramente muita gente não tem noção do que é bem estar coletivo.

Houve até um livro escrito por Leon Denis (que deturpou muito os propósitos da doutrina, mas cometeu alguns acertos), Espiritismo e Socialismo, que mesmo imperfeito, pelo menos teve a iniciativa de provar a coerência entre as duas filosofias, coerência negada pelos espíritas de direita, muito mais interessados a defender o bem estar de uma única classe.

Sinceramente, o Espiritismo de direita é uma contradição. Se fora da caridade não há salvação, então porque apenas uma classe social, a dos ricos, merece ser "salva"? Pensar assim não é Espiritismo, e sim Calvinismo e aconselho esses direitistas a correrem para a igreja calvinista mais próxima de cada uma de suas mansões. Aí encontraram o "conforto" necessário que os mantém longe das classes sociais menos abastadas.

O bem estar deve ser pleno a todos. Senão, não existe caridade.