OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

IMPORTANTE: Este blogue não tem a pretensão de ser um site científico e nem de ser uma fonte para estudos. Apenas lançamos as questões e estimulamos o debate e a análise, servindo apenas para ponto de partida para estudos mais detalhados. Para quem quiser se aprofundar mais, recomendamos a literatura detalhada das obras de Allan Kardec - principalmente "O que é o Espiritismo" e visitar fóruns especializados, que não façam parte da Federação "Espírita" Brasileira.

Os textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores e correspondem ao ponto de vista pessoal de seus responsáveis, sejam ou não resultado de estudos.

domingo, 27 de julho de 2014

Ortodoxia Espírita: o que é?

OBS: Nós não concordamos com o rótulo "ortodoxo". Soa pejorativo. Mas publicamos este texto aqui por achar interessantes alguns comentários sobre como ser um verdadeiro espírita. Se substituíssemos "ortodoxo" por "espírita legítimo" a compreensão ficaria ainda mais fácil.

Ortodoxia Espírita: o que é?

Por Francisco Amado - extraído do blog Espiritismo com Profundidade

1) O que é "ortodoxia"?
O conceito de ortodoxia é etimológico: conformidade com as bases fundamentais de uma ciência ou filosofia. No caso do Espiritismo, a ortodoxia significa entender a codificação compilada por Kardec como base única e fundamental para compreensão da Doutrina Espírita e sendo coerente com a metodologia espírita para aquisição e aceitação de novas informações ou conhecimentos. Essa metodologia implica na aplicação do CUEE - Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos (cuja estrutura está designada no Evangelho Segundo o Espiritismo), na aceitação de conclusões científicas acadêmicas inequívocas ou na aplicação de qualquer outro método de aferição de verdade que possua método científico. A função da ortodoxia no meio espírita é, sobretudo, destruir quaisquer resquícios de misticismo e/ou mercantilismo sobre valores doutrinário, trazendo o Espiritismo de volta ao seu caminho cientifico e filosófico.

2) O que é um "ortodoxo"?
"Ortodoxo" é a expressão que designa popularmente e em nível informal todo espírita que considera que a ortodoxia é o caminho mais coerente, ou seja, um defensor da pureza doutrinária cientifica e filosófica do Espiritismo. É apenas uma expressão que visa demarcar posições em ambientes de confronto ideológico. Nem todo defensor da pureza doutrinária necessita ou se utiliza desta expressão para designar seu pensamento. Via de regra, o ortodoxo, ou seja, o individuo que defende os preceitos codificados, é o real seguidor da Doutrina Espírita. Em resumo: ortodoxo e espírita são a mesma coisa.

3) Os ortodoxos são um grupo à parte no movimento espírita?
Há diversas e incontáveis pessoas que aceitam os princípios da pureza doutrinária como reais e que procuram combater o misticismo no meio espírita. Qualquer pessoa pode ser um destes e se desejar, utilizar para si a classificação de "ortodoxo". Como esse nível de convicção é individual, não se pode dizer que exista um "Movimento Ortodoxo", mas "pessoas ortodoxas" que eventualmente podem ou não se associarem para promoverem ações comuns de maior ou menor contundência.

4) Os ortodoxos consideram o Espiritismo uma religião?
Sendo coerentes com os princípios conceituais da codificação espírita e como nela o Espiritismo se fundamente unicamente como ciência e filosofia, e ainda como os caracteres de uma religião universalmente aceitos se distanciam largamente do ideal e prática espíritas, então os ortodoxos não consideram o Espiritismo uma religião.

5) Os ortodoxos aceitam outros autores espíritas?
Por uma questão de conceito doutrinário, o simples fato de se iniciar uma análise a partir do nome de um autor já contradiz o Livro dos Médiuns, que nos indica a análise de conteúdo, independente de quem seja a autoria . Por principio, a classificação é do conteúdo de uma obra, portanto, e esse conteúdo só pode ser considerado espírita - e consequentemente verossímil - se, ao trazer informações que não estão contidas na codificação ou informações novas, esta obra houver sido submetida aos critérios de aferição de verdade: CUEE, metodologia cientifica ou estiver de acordo com conclusão científica acadêmica inequívoca.

6) Isso significa que autores como Chico Xavier e Divaldo Franco não são espíritas?
Todas as vezes em que esse tipo de indagação se inicia - mais uma vez - pelo nome do autor, ela já indica pressupostos equivocados? O nome do autor não importa para o Espiritismo e sim o conteúdo de suas obras? O apego a nomes é irracional, anti-doutrinário e pode indicar princípios de idolatria personalista, algo absolutamente indesejável. Portanto, a própria pergunta, vinda desta forma, indica vício conceitual, ou seja, parte de uma compreensão incompleta ou equivocada do que vem a ser o Espiritismo. Espírita ou não espírita é o conteúdo de uma obra e não seu autor. No caso citado, há conteúdo doutrinário em algumas obras destes autores tanto quanto existe contradição anti-doutrinária em outras tantas obras destes mesmos autores. Onde há conteúdo doutrinário, ou seja, concordância com a codificação, não é necessária aplicação do CUEE ou outros métodos já descritos. Mas, quando não existe concordância com a codificação e os seus autores não submeteram suas obras a esse tipo de análise crítica, então não podemos aceitar tais obras como verdadeiramente espíritas. Por principio ainda, não há médiuns intocáveis ou perfeitos e portanto, Chico Xavier foi um autor que cometeu diversos equívocos, tantos quantos quaisquer outros que não tenham possuído a objetividade de submeter seus escritos ao que a codificação determina.

7) Algumas pessoas acusam os ortodoxos de promoverem a estagnação do Espiritismo ao rejeitar novas informações. O que pensar disso?
Há duas posturas em relação ao pensamento ortodoxo: desinformação e má fé? Em muitos casos a desinformação já vem recheada de má fé? Por uma questão de lógica doutrinária, os ortodoxos são, na verdade, os únicos que defendem os avanços no Espiritismo. Isso se deve ao fato de que a codificação deixa muito clara que o Espiritismo deve acompanhar a ciência e promover também suas próprias investigações, mas sempre utilizando metodologia racional e crítica. Se a codificação espírita informa que devemos avançar na busca de conhecimento e se os ortodoxos defendem esta mesma codificação, então, por consequência óbvia, os ortodoxos são os maiores interessados na ampliação de conhecimentos e busca de informações novas no meio espírita. O que os ortodoxos combatem é a aceitação irrefletida e sem nenhum viés cientifico de todo tipo de inverdade que é jogada no meio espírita como se realidade fosse. Os ortodoxos recusam qualquer "novidade" que não tenha sido analisada, confrontada pelo CUEE ou investigada com metodologia cientifica. A grande questão é que, de fato, desconhecemos grande número de autores e editoras que aplicam este principio. Nesse caso, o que seria "novidade" para uma pessoa, é um engodo místico para o ortodoxo. Grande parte das "novidades" na verdade atende ao interesse comercial de editoras e de seus defensores, sendo facilmente digeridas pelo grande público porque já foram criadas exatamente para fácil aceitação irrefletida.

8) Nesse caso, os ortodoxos estimulam a investigação cientifica?
O ortodoxo, ou qualquer pessoa que defenda a pureza doutrinária, é o individuo que não abdica do controle científico das informações de natureza espiritual. Algumas destas pessoas procuram se associar para reiniciarem a aplicação do CUEE e de pesquisas cientificas, bem como estimular o meio acadêmico a fazer o mesmo. Infelizmente, o religiosismo e o misticismo reinantes no meio espírita afugentam os cientistas e estruturas institucionais, já que nem nem religiões e nem misticismo possuem qualquer fundamento cientifico - e no caso do misticismo - nenhum viés de seriedade.

9) Quem é um "místico"?
Místico é todo sujeito que aceita proposições supostamente espirituais ou "sobrenaturais" sem submetê-las a qualquer tipo de análise ou aferição metodológica/cientifica de verdade. Existem dois tipos de místicos: aqueles que convictamente o são e aqueles que só o são por condicionamento cultural. No caso do Brasil, dado o intenso sincretismo e o império da maior religião mística do Ocidente, o catolicismo, há uma cultura que privilegia o "mágico e o sensacional". Sendo assim, há uma intensa mistura de conceitos espíritas com anti-conceitos católicos. E como a prática da maior parte das casas espíritas em nosso país é de natureza equivocadamente religiosa, não há interesse ou prática de reeducar o individuo condicionado pelo catolicismo e ele continua mantendo-se entre os dois mundos. Já o místico intencional procura se abrigar em instituições espiritualistas ou desenvolve suas próprias práticas irrefletidas e procura trazê-las para o meio espírita. Via de regra são bem sucedidos neste intento. Neste ultimo caso, o agravante é que o místico procura adaptar o Espiritismo aos seus interesses pessoais ou limitações de ordem moral ou intelectual. Tais pessoas não possuem interesse na coerência doutrinária espírita e combatem, muitas vezes, quem assim procede.

10) Os ortodoxos são inimigos dos místicos?
Por principio, defensores da pureza doutrinária não podem manter pessoas como inimigas. Mas, podem manter intenso combate às idéias que equivocadamente tais pessoas carregam para si e tentam difundir.

11) Tem sido dito que ortodoxo não pratica a caridade e não fala em amor. Isso é verdade?
A prática da caridade e a elevação amorosa são valores individuais e conforme orientação da codificação, devem ser aplicados com discrição e humildade. Ninguém pode medir o nível de amorosidade de outrem ou consegue policiar sua prática caridosa. Grande parte dos ortodoxos, e outros defensores da pureza doutrinária, considera que a pregação moral externada por discurso é o caminho mais fácil para a hipocrisia, pois moral não se prega - se exemplifica. Não podemos e nem temos autoridade para dizer como o outro deve agir. Podemos é estimular a elevação moral de todos começando pela nossa, sem discurso, sem o apelo a textos ou mensagens supostamente "cristãs" e de fácil digestão. A observação atenta indica que o individuo que prega moral e policia moralmente o comportamento alheio não é capaz de sustentar moralmente seu próprio comportamento. Isso é bastante observados nos críticos da ortodoxia: alegam ausência de prática moral dos ortodoxos por meio de impiedosos ataques de cunho pessoal, que incluem ofensas, sarcasmo e exposição de suas vidas particulares. Por um principio doutrinário espírita, o melhor e mais eficaz crítico é justamente aquele que se impõe pelo seu elevado exemplo nas atitudes e comedimento nas palavras. E ainda assim, o mais eficaz crítico se atém às idéias e jamais situa-se sobre um ou outro individuo defensor da pureza doutrinária.

12) Os ortodoxos concordam em tudo entre si?
A ortodoxia, ou a defesa da pureza doutrinária, é um referencial de posturas e não uma instituição fechada. A única coisa em comum e fundamental na ortodoxia é o que está contido no item 2. Mediante o acatamento da necessidade de metodologia cientifica, do CUEE e visão critica, os assuntos doutrinários são abordados com intensa liberdade. Qualquer um que fundamente com honestidade intelectual suas idéias mantendo como base a codificação e textos coerentes com ela ou aferidos, é livre para pensar o que desejar sobre Doutrina Espírita ao se considerar um ortodoxo. Sendo assim, ortodoxos podem, sim, discordar uns dos outros em diversos pontos de entendimento doutrinário. Isso é o exercício da Filosofia Espírita.

13) Alguns ortodoxos são considerados muito rudes no trato com o próximo. O que respondem sobre isso?
Como dito, a ortodoxia é um referencial de posturas. E como também foi dito, não existe patrulhamento moral no Espiritismo. Existem ortodoxos que estabelecem como estratégia de ação o choque cultural e o discurso objetivo e impessoal. Portanto, tanto há no meio ortodoxo quem seja, por isso, considerado frio, como há, de fato quem seja frio ou rude. São atributos de pessoas - não de idéias. Contudo, como, por principio, a codificação nos impele a análise do conteúdo e não da forma (exceto quando a forma quer se tornar mais importante que o conteúdo), há pessoas que supõem que o espírita é o sujeito que fala manso, baixo e chama a todos de "meu irmão" em público. Tais pessoas consideram-se ofendidas quando são tratadas de forma analítica e impessoal e em muitos casos, reagem de forma indignada. Porém, o Evangelho Segundo o Espiritismo nos indica que esperamos do outro uma atitude moralmente elevada, mas não agimos nós mesmos com a mesma elevação de atitude que esperamos. Isso se chama "melindre" e representa uma desestrutura de ordem psicológica ou mesmo moral deste mesmo indivíduo.

14) Mas, quando os ortodoxos defendem a pureza doutrinária, não deveriam ser exemplos de atitude amorosa, visível para todos?
Este tipo de crítica é conhecida e representa um baixo nível de padrão intelectual de retórica. Os ortodoxos não se definem como espíritas perfeitos, tampouco como espíritos puros. E não assumem para si qualidades morais que não possuem. A evolução moral é de natureza íntima, mas parte de uma compreensão ampla da realidade intelectual. Conforme determina a codificação, a evolução moral decorre da evolução intelectual e essa mesma codificação determina que isso segue etapas para se alcançar uma elevação ao nível de perfeição. O ortodoxo assume o que ele é e não vai simular atitudes para admiração externa sem que esteja evoluído para tanto.

0 que defendemos é que o caráter consolador da Doutrina Espírita reside exatamente na sua capacidade de esclarecimento. Nosso compromisso é ampliar essa capacidade de conhecimento de todos - bem como também ampliar a base de conhecimento sobre a realidade universal.

A partir do cumprimento dessa missão de fornecer mecanismos para que as pessoas trabalhem sua evolução moral baseado no conhecimento, a caminhada moral é de cada um. A crítica, no caso, é mais um exemplo de como o crítico não consegue ser melhor do que o criticado, pois pessoas moralmente elevadas não tecem criticas morais sobre ninguém, tampouco patrulham o comportamento alheio. Notoriamente acrescentamos que os espíritos relatores da codificação também não possuem linguagem melíflua ou cheia de dedos para com os leitores. Aliás, as admoestações duras são frequentes.

sábado, 26 de julho de 2014

A pseudo-ciência do "Espiritismo" Brasileiro

De fato, o Espiritismo nasceu de uma séria e dedicada pesquisa científica, realizada por um intelectual, Leon Rivail (a.k.a Allan Kardec), acostumado a pesquisas como as que resultaram na chamada "codificação".

Mas quando chegou no Brasil, através de um bando de católicos frustrados que acreditavam em reencarnação, tudo mudou. O lado científico foi cada vez mais deixado de lado e a sua condição de ciência só é lembrada a té hoje, na hora de legitimar um monte de bobagens dogmáticas, resultantes da fé cega e da pura irresponsabilidade.

Muito se fala em "ciência espírita" na hora de difundir ideias alucinadas, muito mais ingênuas do que qualquer  coisa que saia da imaginação de crianças bem pequenas. O "Espiritismo" brasileiro virou um desfile de tolices e seus defensores cometem a criminosa iniciativa de tentar "confirmá-las" do que ter a humildade de desmentir, se aproveitando da fé alheia par ganhar muito dinheiro em nome da caridade que nunca fazem.

Colocar rótulo de "ciência" para legitimar bobagens é muito bom para estes picaretas, pois eles sempre arrumam um jeito lógico de demonstrar que absurdos "não são absurdos". Como aquelas pessoas que ao tentarem resolver as contas de uma complexa expressão numérica errassem as primeiras contas para acertar as outras. No fim, o resultado sempre sai errado.

Pessoas instruídas, mas que não foram educadas a questionar e analisar aceitam um monte de tolices na confiança de que os seus difusores são "cientistas que estudaram", quando de fato se observa que por maior que seja a leitura, não houve um verdadeiro estudo sério e dedicado. A observar:

- É muito comum palestrantes pseudo-espíritas chegarem a centros vindo de seus afazeres mundanos, em sua maioria tensos e darem palestras superficiais com base no que os próprios palestrantes acreditam.

- Fé raciocinada é aquela que contesta. Se há a obrigação (quase nunca praticada) do palestrante questionar, a responsabilidade é também de quem assiste às palestras, questionando e verificando o que é falado, sem se basear no prestígio do palestrante, que certamente estará transmitindo uma ideia errada que poderá ser cegamente aceita. Ou seja, não é apenas o palestrante que tem que raciocinar, mas principalmente o seu público, que NUNCA deve se apoiar no prestígio de quem diz, que é critério insuficiente para transformar a ideia em verdade.

Essa confiança cega tem feito com que verdadeiros absurdos fossem difundidos e consagrados "em nome da doutrina". Numa verdadeira inversão de valores, Kardec não é mais levado a sério, sendo trocado pelas ideias ingênuas de um médium tolo como Chico Xavier, que praticamente caiu de paraquedas na versão brasileira da doutrina, distorcendo tudo e impedindo a racionalidade de seus seguidores, travando mentes e explicando tudo errado. pobres dos chiquistas que quando morrer, terão muita decepção ao chegar no mundo espiritual.

Para leigos e não-espíritas, a visão dos pseudo-espíritas acabou prevalecendo. Quando se fala sobre "Espiritismo" para leigos e não espíritas, a primeira imagem que vem a mente deles é a de Chico Xavier, o médium tolo, numa demonstração clara que infelizmente, no Brasil, a versão distorcida ganhou força, soterrando de vez toda a pesquisa kardeciana e travando com freio de mão a racionalidade que deveria estra sendo praticada.

Para piorar ainda mais as coisas, isso tudo acaba afastando de uma vez por todas os espíritos sérios, interessados em participar de pesquisas mais racionais. Enquanto espíritos sérios procuram outras linhas científicas para inspirar as pesquisas, no pseudo-espiritismo praticado no Brasil, há a presença maciça de pseudossábios, de religiosos medievais e de espíritos gozadores que disfarçados de "mestres, guias e mentores" se divertem a difundir verdadeiras asneiras, encontrando terreno fértil nas mentes ingênuas dos pseudo-seguidores do Espiritismo, que acreditam em qualquer tolice que se apresente junto às ideias de reencarnação e de comunicação com mortos.

Como então fazer do Espiritismo brasileiro algo sério, se as bobagens são difundidas largamente, sem contestação? A lei de atração define que se deve haver afinidade de ideias para atração espiritual. O que significa que asneiras nunca irão atrair espíritos sérios, dispostos a participar de estudos.

Enquanto ninguém contestar os absurdos difundidos por Bezerra/Chico/Divaldo, seus "mentores", seguidores e discípulos, o Espiritismo brasileiro nunca poderá ser levado a sério e o igrejismo embutido nele vai continuar a travar mentes, resultando nesse atraso intelectual que nunca conseguimos abandonar, fazendo do Brasil um dos países mais atrasados em intelecto.

sábado, 19 de julho de 2014

"Espiritismo" brasileiro é na verdade uma dissidência Católica

Aquilo que se conhece como "Espiritismo" no Brasil no findo nada tem a ver com o verdadeiro Espiritismo, embora defensores, simpatizantes e leigos insistam em dizer que tem. Mas uma pesquisa séria e profunda consegue provar que aquilo que os brasileiros conhecem como "Espiritismo" não passa de um Catolicismo alterado acrescido de noções da vida pós-morte.

O "Espiritismo" praticado no Brasil tem muitas características observadas no Catolicismo. É como se fosse na verdade uma alteração deste. Não há a pompa nem as vestes dos sacerdotes, mas há uma imensa presença de espíritos de padres, freiras e monges, além do fato de que os principais nomes seguiram de fato o Catolicismo, mas acreditando em reencarnação preferiram - sem largar a crença original - criar uma nova seita, mas "pegando emprestado" o nome e algumas ideias do Espiritismo original, que sequer era uma religião.

Mesmo a maior estrela da "doutrina" no Brasil, Chico Xavier, sempre foi católico, não se interessava por Allan Kardec - se limitado a citar o nome do codificador em suas palestras e entrevistas - e seguia o Catolicismo de forma rígida, praticando todos os seus ritos com absoluta disciplina, morrendo tão católico como foi quando era criança. 

É um erro extremamente grave comparar Xavier (devoto católico - não racional) a Kardec (cientista - racional). Pior que para muitos, o mesmo espírito, o que seria uma absurda contradição). Como dois espíritos totalmente opostos, de ideias e atitudes opostas seriam a mesma pessoa? Tem que ser muito idiota, imbecil mesmo, para acreditar  e defender esta ideia comprovadamente falsa.

Muitos conceitos do Catolicismo foram absorvidos por esta forma estranha de "Espiritismo", muitas sem qualquer alteração. Muitos rituais católicos são praticados, com algumas alterações, como a confissão (auxílio fraterno), o catecismo (evangelização), a água benta (água "fluidificada"), a missa (sessões ou reuniões), que incluem palestras que mais parecem sermões, com quase o mesmo conteúdo. O tratamento dado a todos os pontos da doutrina é dado da mesma forma que os católicos tratam os seus dogmas.

Até mesmo o culto à Maria, vulgo Nossa Senhora, algo estranho para o Espiritismo original, aparece no "Espiritismo" brasileiro, sinal forte da presença católica na versão deturpada da doutrina. Nossa Senhora é exclusividade do Catolicismo e o fato de ter gerado Jesus não garante em nada o nível de evolução da citada personalidade bíblica. Senão as mães de todos os grandes gênios deveriam ser responsabilizadas também pelas ideias que seus filhos defenderam, mesmo sem concordar (Maria discordava do ativismo de Jesus). A minha mãe, adepta do pseudo-espiritismo detestaria ler o que estou lendo agora, me acusando de "ofender" os seres "superiores" que são os mitos da FEB.

A FEB, que de "espírita" só tem o nome, foi claramente fundada por dissidentes católicos. E nem adianta contestar: a biografia dos fundadores, incluindo o ultra-católico Bezerra de Menezes, mostra fortemente os traços de sua verdadeira crença, que ele nunca largou, chegando a preferir Roustaing a Kardec, pelo primeiro não querer romper com as tradições católicas que o então político brasileiro acreditava.

E ao invés de revisar os seus pontos ou dar um novo nome a sua "filosofia", a FEB preferiu manter os erros e criar um "Espiritismo" à moda da casa, sem ciência (somente lembrada na hora de bajular, ou na hora de autenticar bobagens) e totalmente igrejista. 

Por isso, a magnitude das pesquisas de Kardec foram travadas ou esquecidas, impedindo o progresso intelectual da humanidade, substituída por um moralismo tolo e piegas típico das outras  religiões que querem amar muito e pensar cada vez menos, preferindo chamar de "ciência" um monte de ideias tolas que nem mesmo o Catolicismo moderno quer defender mais, criando uma infeliz e perigosa associação entre o "Espiritismo" brasileiro e o Catolicismo medieval, responsável pela fase mais triste da História humana e que os dirigentes da FEB abraçam sem hesitar.

Concluindo de uma vez por todas: isso que você conhece como "Espiritismo" brasileiro é puro Catolicismo reencarnacionista. O verdadeiro Espiritismo ainda é muito desconhecido para a nossa sociedade. E por muito tempo continuará desconhecido.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Novela "A Viagem" não é espírita coisa nenhuma!

Esta semana uma novela foi literalmente ressuscitada no canal Viva: "A Viagem". E porque estamos falando dela? É porque a sua temática tem falsas referências  Espiritismo sendo uma novela pseudo-espirita como muitas que já foram produzidas e exibidas.

A mídia brasileira não está interessada em divulgar o verdadeiro Espiritismo e sim esta forma igrejista cheia de enxertos que é difundida pela FEB, a Federação (pseudo)Espírita Brasileira, fundada e administrada até hoje por dissidentes católicos que acreditam em reencarnação mas que preferiram puxar o saco de Allan Kardec, roubando o nome de sua filosofia e algumas características, ao invés de fundar uma nova seita, com nome e ideias próprias.

A trama envolve noções bem rudimentares de reencarnação, mas peca por dar uma ideia errada do que nos espera após a morte, além de enfatizar o dogma da recompensa/punição que é muito comum em outras religiões, mas totalmente impossível, segundo o verdadeiro Espiritismo. A noção de ato e consequência parece ter muito mais sentido, despido de qualquer moralismo religioso.

Nem vou detalhar a estória. O que se sabe é que há o impossível vale dos suicidas, totalmente desmentido pelos espíritos da codificação e uma versão risível, quase cômica do paraíso, caracterizado por um campo de golfe onde as pessoas brincam de ciranda. Se o céu fosse assim, preferiria ir para o inferno, com aqueles churrascos suculentos, mulheres lindas e muita festança.

De qualquer forma, é bom entretenimento, principalmente pela presença de belas atrizes como Christiane Torloni, Lucinha Lins, Suzy Rego e Andréa Beltrão (todas lindas até hoje). Se não levar a sério, a trama é até divertida (eu assisti a novela na época). Mas se está procurando conhecer o Espiritismo por esta novela, esqueça. Não há nada de Espiritismo nela. E o conceito de reencarnação existe em muitas religiões orientais, o que é insuficiente como justificativa para classificá-la como "espírita".

Leia os livros de Kardec se quiser saber sobre Espiritismo. Porque aprender através de novelas e livros "psicografados" é muita preguiça e credulidade ingênua. Pois quem quer realmente saber procura fontes sérias. E sinceramente: até agora, novelas nunca educaram ninguém.

domingo, 6 de julho de 2014

O número de espíritas no Brasil é infinitamente inferior ao divulgado

Saiu em uma edição recente de uma revista sobre História um artigo sobre o que a opinião pública conhece como "Espiritismo". Prefiro colocar entre aspas, pois percebi que um detalhe que faz com que o tal artigo se refira não ao Espiritismo de Kardec (embora ele apareça na capa) e sim a esta forma maluca, cheia de enxertos, misturas e erros que se convencionou a ser considerada a doutrina.

O tal detalhe informa que o Espiritismo tem inúmeros adeptos e não para de crescer. O texto a define como "religião" (o sentido de igreja, seita) e apesar do destaque dado a Kardec, se refere a forma deturpada por dissidentes católicos que nunca abandonaram a sua fé original, como o político Bezerra de Menezes e o médium-caipira Chico Xavier, grandes responsáveis pelos graves erros inseridos na versão brasileira da doutrina, em que Kardec é limitado a servir de "carimbo" para a autentificação de bobagens.

Infelizmente, fora da internet, o verdadeiro Kardecismo ainda é desconhecido, substituído pelo Chiquismo, impedindo a compreensão daquilo que deveria ser visto como ciência e não um amontoado de mitos sem pé nem cabeça.

Convém lembrar que a maioria das pessoas que se assume "espírita" pertence a essa "linha" deturpada que mais parece um Catolicismo reencarnacionista do que com qualquer outra coisa. O resto que se assume como tal estão exotéricos de todos os tipos, devotos de seitas afros e uns poucos verdadeiros espíritas (cerca de bem menos que 1% dos que se assumem como "espíritas"). Complicado seguir Kardec se as bobagens de um ingênuo como Chico Xavier parecem mais sedutoras e confortáveis.

Com certeza a revista não tentará corrigir sua informação. Assim como nenhum meio de comunicação extra-internet tentou corrigir. A FEB, seus ídolos tem muito poder de persuasão e se está difícil combatê-los através da internet, imagine fora dela, onde os meios de comunicação estão na m]ao de uma minoria interessada apenas em divulgar suias convicções pessoais.

Com isso o verdadeiro Espiritismo ainda segue desconhecido no Brasil. Com um número de espíritas muito menor do que os forasteiros que fingem seguir Kardec para utilizá-lo apenas e somente como meio de legitimar graves erros tradicionalmente arraigados.